Ou isso ou aquilo

Quem escolhe?

“Ou isso ou aquilo”: como pessoas existentes somos sempre colocados a escolher diante de muitas alternativas, sendo assim, estamos condenados a escolher sempre. A força do pensador está em conseguir teorizar sobre todas as coisas, pois nenhuma dessas coisas terá consequência imediata na vida desse pensador, quer dizer, não leva a uma decisão urgente. A escolha é onipotente e existe quando se faz interessante e ou excitante e, isso soa de forma agradável para o seu “eu”. Todavia, aquilo que ele escolhe não toca o centro da sua pessoa. Ele permite que tudo passe diante de si, nada deixa rastro em sua vida. Ele flutua sobre as coisas e flutua sobre si mesmo, sobre o seu “eu”.

Para Kierkegaard, a escolha decisiva é a escolha do “eu”, se não fizermos essa escolha pela própria escolha, outros escolherão por nós. Há sempre uma escolha acontecendo a cada momento, mesmo que não estejamos conscientes dela e, nesse cenário, está sua onipotência e dominância. Portanto, será um engano acreditar que poderíamos fazer a vida pessoal cessar caso deixássemos de escolher. Segundo Kierkegaard a personalidade escolhe de maneira inconsciente ou são as forças obscuras dentro dela que o fazem. Onde o “eu” deveria escolher de forma consciente o “aquilo” escolhe de maneira inconsciente.

Toda pessoa possui algo que a impede de escolher o seu “eu”. Não necessitamos de muito para desistirmos dessa escolha, a mais decisiva entre todas, por medo de nós mesmos. Esse medo do “eu” e de si mesmo é causado por vários motivos, alguns são; pela incerteza alimentada pelo isolamento, pela chance da não-compreensão em uma explicação simples, a possibilidade de não-aceitação da sua pessoa, a fragilidade do caráter desnudado em uma situação inesperada, do improviso que não funciona, das palavras impensadas, etc.. Escolher entre isso, ou seja, o seu “eu” consciente ou “aquilo”, o obscuro do inconsciente, não é uma escolha simples e, muitas vezes, não começa pela razão, mas pela necessidade percebida pelo inconsciente. Portanto, o inconsciente faz a escolha e por entendermos isso, o medo domina nossas ações como forma de preservação.

Fonte
→ Livro Vitaminas Filosóficas, 2008
► Metaética                 

Autor: Metaética

Filosofia Cotidiana.

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